segunda-feira, 6 de outubro de 2008

O QUE É FENOMENOLOGIA-EXISTENCIAL?


A Psicologia tradicionalmente possui diversas linhas de trabalho que orientam o profissional das mais variadas formas, incluindo diferenciação de método, visão de homem, técnicas de atuação, etc. No entanto, existe um crescente interesse pelo método fenomenológico e pelo pensamento existencial. Como se vê na vasta publicação do assunto na área da psicologia e da psiquiatria.

A psicologia pensada sob a perspectiva fenomenológico-existencial apresenta-se como uma busca à prática do método fenomenológico de Husserl, compreendendo o existir com base na filosofia existencial conforme os pensamentos de Heidegger e Merleau-Ponty.

O método fenomenológico e o pensamento existencial possuem a proposta de esclarecer sobre o ser do homem, revelando suas estruturas existenciais e abandonando qualquer teoria desvinculada do verdadeiro sentido da existência. Ou seja, tal abordagem tenta alcançar o sentido da existência humana em sua totalidade, sem tomar a priori aspectos definidores de cada indivíduo, que possam desfigurar o fenômeno que se mostra. Assim, o homem é tomado como indefinível, no sentido de não ser classificado a partir de axiomas ou sistemas explicativos da existência humana.

Também o pensamento existencial parte da premissa de que o homem se constitui como ser-no-mundo. O homem é sempre, desde o início, a relação com o mundo. Ser-no-mundo é uma estrutura originária e sempre total, onde o homem se revela e se realiza nesse encontro, não podendo ser decomposta em elementos isolados. Para Heidegger, a expressão composta ‘ser-no-mundo’ mostra que pretende referir-se a um fenômeno de unidade. “Mesmo o estar só é ser-com, no mundo. Somente ‘num’ ser-com e ‘para’ um ser-com é que o outro pode faltar. O estar só é um modo deficiente de ser-com” (Heidegger 1988, p.172)

Habitar o mundo preservando a vida, atendendo às necessidades do ser humano e tratar de ser si-mesmo em sua singularidade e pluralidade no horizonte temporal é o que Heidegger chama, ontologicamente, de ‘cuidado’. Sendo a base da diferença ontológica entre o homem e os demais entes, o homem existe cuidando de seu existir.

Diante desse quadro, torna-se fundamental a prática clínica e institucional desta abordagem, tanto para o entendimento do desenvolvimento humano, das psicopatologias e para a atitude clínica e comunitária, atendendo à demanda de profissionais psicólogos da região do ABC e São Paulo no método fenomenológico e pensamento existencial.

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